terça-feira, 31 de agosto de 2010

Associação desportiva e cultural União Guarulhense

União Guarulhense é uma instituição sem fins lucrativos que traz como proposta o bem-estar da comunidade através de diversas atividades esportivas e culturais . Para mais informações entre no link: http://www.uniaoguarulhense.blogger.com.br/ e conheça o projeto desenvolvido na Associação.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Texto sobre deficiência


O portador de deficiência: Educação, família e convívio social.

O indivíduo portador de uma deficiência, por influencia do meio externo, se vê em uma situação de conflito, e por isso fica mais exposto a situações frustradoras, o que pode provocar mais ansiedade e angustia em relação ao seu problema. Na escola, o maior problema das crianças que apresentam algum tipo de retardo em seu desenvolvimento está em compreender o que é dito, isso complica sua integração em sala de aula. Para essas pessoas, as experiências vivenciadas, que muitas vezes são limitadoras, ficam em desacordo com as expectativas sociais. Seus problemas de ajustamento surgem, normalmente, da dificuldade em interagir numa sociedade e cultura organizadas, primordialmente, para sujeitos física, intelectual e sócio-emocionalmente perfeitos. Levando isso em consideração, é preciso pensar que, as pessoas portadoras de deficiência precisam e merecem ser inseridas de modo respeitoso na sociedade, onde possam mostrar suas habilidades e potencialidades, levando em consideração suas possibilidades e limitações. Portanto, é papel de educadores, pais e profissionais afins, preparar esses indivíduos para enfrentar o mundo, encorajando-os e ajudando a sentirem-se fortes e competentes o suficiente para usufruir do que é seu por direito.

A importância da família e do convívio social

É indiscutível a importância existente nos laços materno e paterno para o crescimento e bom desenvolvimento de uma criança, porém, é importante que, conforme crescem, vão se incluindo em outras relações, as quais ajudarão no processo de socialização que irá se expandir ao longo da vida. Para isso a criança vai precisar conviver com um grupo mais extenso, tais como parentes, amigos e outros grupos sociais como escola, comunidade e etc. (Assumpção, 1993).
O contato com um grupo mais amplo ajuda no desenvolvimento da autonomia e da auto-estima, mas para que isso ocorra é preciso que a criança obtenha crédito dos adultos que fazem parte de sua vida inicialmente. Os pais são responsáveis pela transmissão dos valores, e esse processo é difícil tanto para eles como para os filhos. Um dos maiores conflitos gira em torno da grande dificuldade dos pais em definir o que pode ser melhor para seus filhos, e quando há um filho com deficiência mental esses conflitos tendem a se tornarem maiores.
Geralmente o grupo familiar de uma criança com Deficiência mental tende a se retrair da sociedade, tornando suas relações externas muito limitadas. Esse processo interfere no desenvolvimento da criança porque dificulta o estabelecimento de relações em nível de igualdade com os outros. Claro que isso pode ocorrer devido às condições pessoais da criança, porém, a não participação no meio social faz com que deixe de aprender com as experiências externas.
A participação no grupo social ajuda no deslocamento da relação com os pais de forma gradual, nesta passagem a criança aprende a conviver no mundo, percebe que é um ser com diferenças biológicas e que existem diversos comportamentos sociais. Para aprender a conviver no mundo o individuo deficiente precisa de oportunidades que só seus familiares podem dar, através da inclusão e convivência com outras pessoas e grupos. Quando há a privação desse convívio, devido ao isolamento, fica mais difícil aprender as regras e valores que deveriam ser absorvidos pela criança, tornando suas atitudes sociais negativas. Muitas vezes essas atitudes são atribuídas a deficiência mental, porém, ocorrem geralmente em decorrência da proposta educacional que lhe foi oferecida em casa.
É indispensável que o processo de socialização deva ter alicerces seguros vindos de uma relação sólida entre os pais e a criança. É fundamental que a criança se sinta amada e protegida, sentindo-se bem no grupo familiar, assim conseguirá adquirir mais segurança em suas primeiras tentativas de ampliar seus horizontes. (Assumpção, 1993). Sendo assim, é preciso haver uma conscientização dos pais referente a sua responsabilidade quanto a qualidade da relação com os filhos deficientes, a qual terá influência no seu bem-estar físico, mental, psicológico e social. (Souza e Ferraretto, 1998).
A criança portadora de deficiência deve ser vista e entendida como um ser ativo, perceptivo e que se constrói na interação com o meio. Se os pais procuram manter a criança muito dependente, por um período maior que o necessário, poderá negar ao filho o direito de desenvolver sua autonomia e potencialidades de acordo com suas capacidades e habilidades. (Souza e Ferraretto, 1998).
Os pais de crianças especiais precisam ter atitudes diferentes, no sentido de saber conduzir a educação dos filhos de maneira a atender suas necessidades e de ajudá-los a desenvolver sua própria personalidade, conquistando assim uma visão correta e positiva sobre si e sobre o mundo.
Quando a criança consegue se aproximar das pessoas, é capaz de perceber as semelhanças existentes entre elas, achando a oportunidade de compartilhar seus interesses. Porém, é a partir do grupo familiar que se torna possível formar um conceito de si mesma e descobrir sua própria identidade. É papel dos pais ajudar seus filhos a encontrar o caminho para perceber o mundo e a si mesmo, e isso deve ocorrer independentemente das condições pessoais e limites da criança. (Assumpção, 1993).
Desenvolvimento e crescimento significam ganhar independência, e a mesma vem acompanhada de maior responsabilidade. Quando a criança cresce deve adquirir ou aprender a capacidade de adiar prazer, agüentar tensão, lidar com frustração e conseguir administrar melhor seus afetos. Para proporcionar isso aos filhos deficientes, cabe aos pais exercerem sua autoridade, sem precisar usar de autoritarismo e abuso de força física. Um “não” dito com segurança, firmeza e tranqüilidade pode funcionar como organizador para a vida psíquica das crianças. (Souza e Ferraretto, 1998).

O papel da educação

Um trabalho realizado pedagogicamente com portadores de deficiência mental deve preocupar-se, principalmente, em promover a autonomia dessas pessoas, ajudando-as a desenvolver habilidades intelectuais alternativas. É importante valorizar todo e qualquer nível de desempenho cognitivo, levando em consideração o processo para exercer uma habilidade e o objetivo a que isso se destina. (Mantoan, 1998).
Para uma educação de qualidade e uma integração verdadeira dessas pessoas é importante pensar num modo diferente de ensinar e conviver, para que possam então apreender a realidade, estruturá-la e interagir nela. Essa interação é necessária para que as pessoas com deficiência mental consigam desempenhar papéis sociais, atuando, na medida de suas possibilidades, no meio em que vivem.
Quando os papeis sociais são valorizados e o indivíduo sente que tem um lugar no mundo, ele se torna capaz de desenvolver melhor habilidades e talentos pessoais compatíveis com seu contexto de vida, cultura, idade e gênero, fazendo-se assim uma pessoa melhor, mais confiante e com um grau mais elevado de autonomia. Esse deve ser o verdadeiro papel da educação, ajudar pessoas em seu desenvolvimento e crescimento. (Mantoan, 1998).
Se tratando de uma escola especial, essa responsabilidade é acrescida da responsabilidade em acolher de forma adequada cada indivíduo e suas particularidades de forma humana e justa, por isso, além das adaptações relacionadas às dificuldades motoras e de linguagem, esse espaço pode proporcionar ao portador de múltiplas deficiências uma experiência social muito importante, onde poderão compartilhar suas diferenças e limites. (Souza e Ferraretto, 1998).
Freqüentando a escola especial os portadores de deficiência terão a oportunidade de experimentar sentimentos e emoções comuns a todos, tais como: namoro, amizade, papéis de liderança, disputa da menina ou menino mais bonito, e etc. E a possibilidade de ter contato com diversos papéis pode ajudá-los a perceber sua normalidade no que se refere ao caráter psicológico, isso fortalece sua auto-estima, melhora sua auto-imagem, e permite que sejam capazes de se integrar, de uma maneira mais madura, nos outros grupos sociais.
É necessário realizar um trabalho, onde, a equipe deva valorizar a realidade física e psíquica dos alunos, sem perder de vista sua essência enquanto pessoa, enquanto indivíduo possuidor de sentimentos, pensamentos, que questiona e tem expectativas. É preciso proporcionar a cada integrante a oportunidade de enfrentar a realidade, ajustar-se a ela, na medida do possível, e poder sentir-se útil e feliz. (Souza e Ferraretto, 1998).

Conclusão

Vejo como indiscutível a construção de uma relação sólida e afetuosa entre pais e seus filhos deficientes, tão importante quanto é a relação em família, envolvendo nos cuidados deste indivíduo a participação de seus irmãos e parentes próximos. Porém, é primordial que esta família, principalmente mãe e pai, sejam preparados para lidar com seus filhos de uma forma saudável e libertadora, tentando dar-lhes somente o que é dever dos pais, e evitando proteger em excesso ou até negar o problema ao ponto de a criança não conseguir aceitar suas próprias limitações, crescendo com um olhar inferior e desfavorável de si mesma.
Os pais de crianças deficientes devem aprender a respeitar os limites de seus filhos, entender que, apesar das dificuldades, pode ser capaz de progredir de maneira espetacular. Para isso ele precisa ser inserido na sociedade, conviver com o diferente, apreender o que lhe é oferecido do meio. Essa missão nem sempre é fácil para os pais, e tão pouco para o próprio indivíduo, mas é um direito seu como ser humano, e as dificuldades fazem parte da vida.
Quanto a inserção no meio social, o local mais apropriado para ajudar esses indivíduos, depois da família, é a escola, um dos grupos sociais mais importantes e o primeiro contato da criança com o mundo externo, além de familiares e parentes. Se tratando de uma escola com educação especial, é seu papel acolher e ajudar seu aluno a progredir o máximo possível, respeitando sempre suas limitações e procurando exaltar suas habilidades, desenvolver sua personalidade e ajustar sua autonomia, preparando assim seu aluno para lidar, mais seguramente, com o mundo que o espera.


Referências

AMIRALIAN, M. L. T. M. Psicologia do excepcional. V. 8, Editora EPU. São Paulo, 1986.

ASSUMPÇÃO, F. B. Jr.; SPROVIERI, M. H. Deficiência mental, família e sexualidade. V. I, Editora Memnon. São Paulo, 1993.

SOUZA, A. M. C. de; FERRARETTO, I. Paralisia Cerebral: aspectos práticos. Editora Memnon. São Paulo, 1998.

Artigo por: Janaina Nascimento Soares

A importância dos Contos de Fadas


Os contos de fadas sempre apresentam o desenrolar de uma estória no tempo e no espaço, a qual exprime uma linguagem simbólica de idéias e experiências da alma humana. É uma maneira lúdica de falar sobre assuntos que, muitas vezes são difíceis, assustadores, tristes demais para serem falados de maneira direta.
Para as crianças é a melhor forma de explicar assuntos complicados, porém, não só a elas é útil, já que é da natureza humana usar a linguagem simbólica como forma de entender a vida. Os adultos, muitas vezes, também tem dificuldades em lidar com os acontecimentos reais, então utilizam a fantasia para diminuir suas angustias. Por esse motivo, é importante ler livros, ver filmes, seriados ou até novelas, ouvir músicas e contar estórias para crianças, e porque não, para adultos.
Estórias conhecidas como Chapeuzinho vermelho ou João e Maria,  se analisadas, vem contar muito mais do que uma simples estória para dormir. Em uma análise de João e Maria é possível ver a jornada de dois jovens a caminho de sua individualidade. Na estória os pais resolvem deixar seus filhos sozinhos na floresta, as crianças, a fim de evitar este abandono, marcam o caminho de volta com pedras e tentam retornar durante a noite para seu lar, quando percebem que não tem como voltar encaram o desafio e enfrentam a bruxa, retornando para casa mais tarde, vitoriosos.
Esse conto simboliza a insegurança de seguir a vida sem a proteção paterna, mostra que os jovens têm que passar por uma fase muito difícil, a adolescência, onde não são mais crianças e devem correr atraz de seu próprio caminho, tentar independência, fazer escolhas, passar por inúmeras dificuldades. João Maria representam dois jovens que aprendem a superar suas dificuldades e retornam para casa trazendo alimento e dinheiro, mostrando que foi possível crescer sozinho.
Como forma simbólica de representar a vida, as estórias tem partes comuns, que podem nos ajudar a pensar sobre seu verdadeiro objetivo, uma dessas partes é a existência de um Herói. Toda estória começa em um mundo normal, que de repente, é remexido, quando algo acontece para mudar as características de determinado indivíduo, o herói. Nem sempre este indivíduo quer mudar, mas é obrigado a isso. Começa então a travessia do mundo normal para o mundo mágico: o herói só pode mudar se seguir em frente.
Num segundo momento de toda estória aparece algo que chamamos de “floresta mágica”. É um mundo mágico, onde o herói percebe que pode fazer mais do que pensava, ele se da conta de suas capacidades e potencialidades. Aqui ocorre um momento chave, onde o herói se percebe como tal, a partir daí começa um momento de reflexão.
No terceiro momento o herói precisa seguir o caminho de volta, porém, agora sendo diferente como pessoa. Aqui acontece a “morte” do herói. É o renascimento do "homem" que foi "herói", ou seja, ele retorna para seu caminho, mas agora com idéias, sentimentos e pensamentos diferentes.
Esses três momentos representam a própria vida humana, é o ciclo da vida, sempre que algo acontece para modificar nosso mundinho também somos modificados e nos tornamos pessoas diferentes, quase sempre melhores, mais maduras.
Por tudo isso as histórias e contos de fadas são tão importantes, para que se possa encontrar uma identificação simbólica, aprender com as dificuldades, buscando melhoria como pessoa, e ver que é preciso sempre seguir em frente, desenvolver e amadurecer. É necessário que cada Herói tenha coragem de viver sua estória e aprenda a crescer dentro dela, tornando-se um ser humano sempre melhor.

Texto de: Janaina Nascimento Soares

Resumo de Artigo: A solidão Humana nos tempos atuais: O olhar da Psicologia



A SOLIDÃO HUMANA NOS TEMPOS ATUAIS: O OLHAR DA PSICOLOGIA
Janaina Nascimento Soares
E-mail: jana25soares@ig.com.br
ORIENTADOR: Prof. Ms. Augusto José C.B.do Prado Fiedler


OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é realizar uma pesquisa bibliográfica que encontre dados em relação à solidão vivida nos tempos atuais. Verificar quais são os principais pontos de vista dos autores e pesquisadores da Psicologia em relação a esse tema e como as pessoas vêem e lidam com a solidão. Através de pesquisas baseadas em trabalhos de diversos autores, buscamos apresentar o conceito de solidão, como é experienciada nos tempos atuais; o olhar da psicologia em relação a esse tema, como são construídas as relações sociais na presente geração e em que contexto encontra-se o sentimento de solidão.

TEORIA
Segundo Moreira e Callou (2006), a palavra solidão esta relacionado ao termo “só”, o qual vem do latim solus e tem como significado “desacompanhado”, “solitário” e “único”. Ferraz (2006) mostra em sua pesquisa que o termo solidão vem apresentando várias modificações ao longo da história, essas mudanças estão relacionadas às diversidades de cada época. Segundo a autora: “... a solidão é inerente ao ser humano, desde seus primórdios...”. Ela possui diferentes sentidos que ora tem um caráter positivo, ora negativo, o que varia de acordo com a cultura de cada época.
Sob o ponto de vista de May (1982), a solidão as vezes vêm acompanhada do sentimento de vazio. Com o termo “vazio” o autor refere-se ao sentimento ou sensação de não saber o que se quer ou sente, ou seja, não possuir uma experiência definida de seus próprios desejos e necessidades, fazendo com que um indivíduo sinta-se impotente diante da vida.
O homem atual vive em uma sociedade capitalista a qual se baseia em duas vertentes, a liberdade política e o mercado como regulador das relações econômicas e sociais. O trabalho vem sendo comandado pelo capital, o homem acaba dando mais valor para os objetos e riquezas acumuladas do que para as forças e potencialidades humanas. Esse modo de funcionamento do capitalismo contemporâneo possui grande influencia na estrutura do caráter do homem atual. (Fromm, 1995).
Fromm (1995) diz que a principal resposta necessária para os problemas do ser humano se encontra na realização da unidade interpessoal, ou seja, da fusão com outra pessoa, no amor. O maior anseio do homem esta exatamente nesta fusão, essa é sua paixão mais fundamental, a força que mantém a raça humana unida em família ou em sociedade. A não realização deste desejo significa loucura ou destruição, auto-destruição e também destruição dos outros. O amor se faz então fundamental, sem ele a humanidade não poderia existir. Dessa forma, o amor de si mesmo e aos outros é o melhor antídoto frente ao sentimento de solidão.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um mundo melhor pode ser construído, mas isso ocorrerá apenas quando o homem entender que estar só não significa sua derrota, seu fracasso. As pessoas precisam aprender que, de qualquer forma estão sozinhas, e isso é necessário para seu desenvolvimento. O outro não deixa de existir, não é necessário deixar de partilhar momentos, dividir os pesos da vida, suas alegrias e até sua dor, mas não é no outro que se encontra a liberdade nem a felicidade, ninguém pode dar isso á ninguém, é preciso achar a liberdade dentro de si, buscar respostas que só em nossa mais intima solidão poderá ser encontrada.

REFERÊNCIAS

FERRAZ, K. D.. A Solidão do sujeito contemporâneo: Um olhar clínico. Universidade Luterana do Brasil – ULBRA. Gravataí – SP. Julho, 2006, páginas 1-28. Disponível em: www.bvs-psi.org.br/tcc/15.pdf.

FROMM, E. A arte de Amar. Ed. Itatiaia Limitada. Belo Horizonte – MG. 1995. Tradução: Milton Amado.

MAY, R. O homem à procura de Si mesmo. . 9º Ed. Vozes. Rio de Janeiro – RJ. 1982. Tradução: Áurea Brito Weissenberg.

MOREIRA, V. e CALLOU, V. Fenomenologia da solidão na depressão. Mental, vol.4, no.7, nov. 2006. páginas 67-83.

Artigo por: Janaina Nascimento Soares