Dia 08/05/2015 inicia-se a maior e mais estranha aventura que já vivi. A experiência do milagre da vida se concretiza no momento do nascimento de um bebê, e não ha nada no mundo que possa modificar mais e com maior intensidade a vida de duas pessoas.
Passei 9 meses pensando qual seria a minha sensação do parto, o que sentiria, como saberia que era hora. Sempre vem a cabeça aquelas tradicionais cenas de novela onde a bolsa estoura e a mulher calmamente pega a bolsa de maternidade e vai, colocando as mãos na barriga e dizendo que está com dor. Nos últimos três meses antecedentes ao parto ficava muito ansiosa, procurando relatos na internet de alguém que pudesse me dizer o que sentiria e como teria certeza sobre a hora certa, nesta busca vi e li muitas coisas, mas nada nem ninguém foi capaz de descrever ou demonstrar o que senti naquela sexta feira a noite.
Minha opção e desejo era que o parto fosse normal, e esperei até o momento certo. Queria que minha filha viesse ao mundo quando realmente estivesse preparada, e fora isso, a sensação de ter uma data já agendada para o parto me deixava muito nervosa, por isso, preferi dar uma oportunidade à natureza. Muitas mulheres me diziam que aos 35 poderia ser complicado um parto normal, que ninguém recomendava, mas isso não me fez desistir, afinal, com um pouco de informação todos podemos saber que uma mulher é capaz e tem o corpo preparado para o parto.
Minha sexta feira foi normal, não estava sentindo nada de diferente, só a velha e boa ansiedade e medo das ultimas semanas. Estava completando 39 semanas de gestação, sabia que poderia ser a qualquer momento, mas nem imaginava que seria aquele dia. Fui passear, a noite comemos pizza e viemos para casa. As 11h30 mais ou menos senti uma pontada nas costas, como se alguém estivesse abrindo com as mãos um buraco. Mas foi algo assustador e leve, já havia sentido antes, por isso achei que não era nada. Meu esposo dormia e eu assistia TV, passou uns 5 minutos senti a mesma dor um pouco mais forte. Isso se repetiu por umas 4 vezes, então meu coração disparou, acordei meu esposo e contei o que sentia. Ele então começou a me ajudar a marcar o tempo. A dor ia e vinha num intervalo de 5 minutos contínuos. Quando vimos que não iria passar pegamos a mala e partimos para o hospital. Estávamos numa mistura de desespero, alegria e euforia, tudo ao mesmo tempo. Ele parecia sentir a mesma dor que eu, e toda contração me segurava até a dor passar. Nas primeiras 2 horas a dor era bem suportável, e quando a contração passava parecia que nada estava ocorrendo. Fui examinada e estava sem dilatação, tomei um soro e quando fui novamente examinada estava com 2 cm. Os médicos disseram que só seria trabalho de parto aos 3 cm, então voltamos para casa. A dor já estava bem pior, entrei em desespero quando tive que voltar para casa, fica aquela sensação de que tudo irá dar errado. Chegamos em casa umas 4 da manhã, consegui cochilar um pouco entre as contrações, até que as 06h senti a bolsa estourar. Entrei em desespero, a dor estava no nível do insuportável e eu estava com muito, muito medo.
Voltamos para o hospital e fui finalmente internada, o trabalho de parto foi evoluindo bem até que chegou a hora, dia 09/05/2015 vivi a maior alegria que um ser vivo pode sentir. Estas horas que antecederam o parto me vem a mente como um sonho, ou um estado de alteração de consciência, lembro perfeitamente de cada momento, da sensação de dor, da ansiedade e principalmente do medo que estava sentindo. Porém, também estava muito feliz, queria minha filha em meus braços e esse era o foco, por isso nada importava muito.
A dor é muito intensa, mas faz parte da natureza, nosso corpo suporta porque é um momento de renascimento. Sinto que ali estava ficando a pessoa que antes só pensava em si e no esposo, e nascendo uma mulher que teria em sua responsabilidade uma vida, um ser inofensivo e inocente que dependeria totalmente dos meus cuidados.
Quando olhei nos olhos de minha filha pela primeira vez meu coração se encheu de tanto amor que nem sabia que caberia. Aquele olhar lindo e inocente me fez nova para o mundo, e a partir dali, nada mais tinha uma importância tão grande assim.
Hoje tenho o meu parto como uma passagem de uma vida para outra. Fica até complicado lembrar de quem eu era antes de ser mãe, só tenho algumas vagas lembranças, mas não tenho saudades e não voltaria atras de forma alguma. O momento do parto é uma mistura de felicidade e medo. Junto com o bebê vem todas as dúvidas e inseguranças existentes no mundo.
Gostaria de dizer as mulheres que irão viver este momento como é exatamente e o que irão sentir, porém, isso é impossível, esta experiência é única e individual. Não tem como relatar ou descrever, é impossível comparar com qualquer outra experiência e cada mulher irá viver essa fascinante experiência do seu jeito. Mas encorajo a todas que tem suas cesarianas agendadas que se deem uma oportunidade, que façam isso por seus filhos, deixe-os estar prontos, esperem o momento certo, e mais, acreditem em seu corpo e na sua natureza de mulher, qualquer uma é capaz de superar a dor, afinal é a dor da vida.
Janaina Soares
“Cessa o teu canto! Cessa, que, enquanto o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do brando encanto com que o teu canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia que não havia se agora a lembro, faz-me chorar…” Fernando Pessoa "...o amor...é o sangue da vida, o poder de reunião do que está separado". Paul tillich
sábado, 21 de novembro de 2015
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Relatos de uma nova vida - terceiro trimestre de gestação
MOMENTOS FINAIS
Janaina Soares 04/2015
Já se passaram 4 meses após o último relato.
Confesso que muita coisa aconteceu e muitas mudanças também. Vi minha barriga
crescer dia após dia e minha filha ficar cada semana mais esperta e próxima de
mim. Os momentos de ansiedade estão difíceis de controlar, afinal os
sentimentos estão misturados e confusos. Tenho surtos de extrema alegria e
períodos de grandes preocupações. Imagino que toda futura mamãe tenha os mesmos
medos e pensamentos estranhos. São diversas as coisas que passam por nossa
cabeça, a mais difícil de lidar é saber se o bebe vai ficar bem, se vai nascer
perfeito, com saúde e se vou dar conta de cuidar após o nascimento. Sou
daquelas mulheres que nunca pensaram concretamente em ser mãe. Não entendo
muito de crianças, tenho medo até de pensar como será o primeiro banho ou a
noite pra dormir, se o bebe ficará bem no berço, se não vai engasgar ou ter
algum problema. Todas estas questões ficam o tempo todo vindo a tona em minha
cabeça e as vezes me tiram o sono.
Apesar de tudo isso tem o lado maravilhoso de estar
grávida. Sentir minha filha mexendo sem parar na barriga me faz sorrir sem
querer, provoca uma sensação única de satisfação, completude e felicidade, bem
parecido com o que sentíamos quando crianças, quando granhava-se um brinquedo
novo e ao amanhecer era a primeira coisa que vinha a cabeça, ou quando tivemos
o primeiro romance e ao acordar da vontade de sorrir só de lembrar da pessoa
amada.
Minha filha nasce em algumas semanas e neste momento sinto
um misto de coisas ao mesmo tempo. Há uma grande ansiedade de ver a carinha
dela e ao mesmo tempo uma sensação ruim de saber que ela não estará em mim,
protegida e cuidada, sem correr riscos que o mundo oferece. Da medo de não
saber cuidar direito do bebê e de alguma forma prejudica-la, medo também de
como ficará nossas vidas com mais um membro. Apesar de tudo, é uma experiência
linda, repleta de felicidade e muito, muito amor.
Relatos de uma nova vida - segundo trimestre de gestação
As alegrias...transformações
Por
Janaina Soares - 01/2015
Hoje estou com 23 semanas de gestação, quase seis meses, e
acreditem, as coisas estão muito melhores. Lembra aquele amor que comentei? não
tinha ideia que fosse tão grande, ele tomou conta de mim, assim como o instinto
materno, tenho o desejo de proteger tudo e todos, vontade de chorar quando vejo
algo ruim ou injusto. Os enjoos passaram com aproximadamente 16 semanas e minha
barriga começou a crescer neste mesmo período. A cada dia que cresce meu ventre
meu sentimento fica maior. Hoje sei que serei mãe de uma menina, e quanta
ansiedade existiu antes desta notícia, mas mesmo sem ter ideia do sexo do bebê
já o amava de uma maneira tão linda que dá vontade de chorar.
Relato isso para que as novas mamães, que
provavelmente estão sentido os mesmos sentimentos que tomaram conta de mim
outrora se sintam mais tranquilas, afinal, após uma noite de tempestade
vem o amanhecer ensolarado.
A gestação me trouxe uma tranquilidade e paz que jamais
imaginei, sentir meu bebe mexendo é mágico e inexplicável. Fico imaginando seu
rostinho, seu olhar, o cheiro que terá...sonho com ela sempre e acordo muito
feliz por saber que ela já existe e é muito real.
Algo muito importante neste momento da vida é ter o esposo
ao seu lado, principalmente quando ele fica grávido junto de você. Seria bom se
todas nós mulheres pudéssemos contar com um companheiro que nos acalme,
compreenda, sorria e ame junto de nós, mas como sei que nem todas as mulheres
tem este prazer gostaria de deixar registrado que a gravidez é um período
especial, independente dos problemas, dificuldades ou tristezas, é um período
de intensa transformação da mulher, onde ela deixa de ser filha e passa a ser
mãe de alguém, ela nunca mais estará só, carregara seu filho na barriga e
depois nos braços por muito tempo, criará com ele um vinculo único. Mas para
que isso tudo seja conquistado é preciso coragem, força, luta e muito, muito
amor.
A ansiedade
Janaina Soares 01/2015
Quando fiquei sabendo que teria uma menina não consegui
segurar a ansiedade para comprar milhares de roupas e coisas lindas. Eu e meu
esposo saímos do laboratório direto para as lojas. É um momento maravilhoso,
porém causa um sentimento muito grande de mais ansiedade, ver as roupinhas, o
quarto já com um berço lindo faz com que sintamos vontade de estar logo com
nosso bebê por perto. Para diminuir toda esta ansiedade a preocupação com a
decoração, cores, enfeites ajuda muito, é uma maneira de a nova mamãe e papai
se prepararem para a chegada de seu filhinho com muita alegria. Então aconselho
que os pais dediquem um bom tempo de seu dia para pensar em tudo, cada detalhe.
Para a mulher, como a gestação já gera por natureza uma grande ansiedade, seria
muito legal a expressão corporal, que seja através de exercícios, de atividades
artísticas ou o que a fizer mais feliz. Ser criativa neste momento ajuda muito,
por isso, tentar fazer a decoração o mais artesanal possível é uma grande
ideia, dá muito prazer cuidar de cada detalhe, pintar material para
organização, como caixinhas decorativas, tentar pintar o quarto (claro que esta
é uma tarefa para o homem, seria arriscado para a gestante), mas ela pode
participar escolhendo a cor, desenhos na parede, ou seja lá o que preferir,
desde que procure sempre se ocupar de atividades que dêem prazer e traga
tranquilidade. Afinal, por que não aproveitar o momento mais especial de sua
vida sem o sofrimento da ansiedade, são nove meses e eles terão que ser vividos
com paciência.
Relatos de uma nova vida - primeiro trimestre de gestação
UMA NOVA VIDA
Janaina Soares 09/2014
Tudo teve inicio há aproximadamente 6 meses, quando
eu e meu esposo decidimos ter um filho. Eu nunca me vi como mãe de alguém, era
difícil pensar na possibilidade de ter um ser humano dependendo de mim para
tudo. Acho que todos temos esse momento de egoismo na vida, quando tudo está
correndo bem e não se quer mudar por achar que seria muito complicado ter outro
tipo de vida. Mas, por amor ao meu esposo e por um desejo que, apesar de
distante, existia la no fundo de minha alma, fui ao médico e dei inicio aos
primeiros cuidados de uma futura gestação.
No inicio ficava dando desculpas para mim mesma,
dizendo internamente que talvez fosse preciso esperar mais um tempo, que não
estava preparada, enfim, até tentar pela primeira vez. Sempre que tentava
ficava pensando no que seria minha vida com um bebe, como cuidaria, o que
perderia, até chegar o dia de menstruar e sentir finalmente o alívio de não
estar grávida. Apesar disso, continuamos tentando, foram apenas 3 meses, e
desta vez, minha menstruação atrasou, fiquei nervosa, pensando que poderia ser
ansiedade, e evitei fazer o exame por quase vinte dias, até que não consegui
mais esperar. Fiz o exame em um momento que estava sozinha, quando deu positivo
comecei a chorar...tremia muito, foi complicado, estava com uma mistura de medo
e felicidade, fiquei apavorada. Tudo iria mudar, meus sonhos e
pensamentos seriam outros, meus objetivos de vida seriam diferentes. Quando
contei ao meu esposo fiquei mais feliz por ver sua emoção, ele
também estava com medo, mas vi em seus olhos o brilho de felicidade. Mesmo assim,
não conseguia deixar de pensar em todas as dificuldades e transformações que
minha vida teria, era muito para mim saber que minha vida, igual e normal
durante 34 anos, agora seria totalmente transformada.
No inicio me senti como uma adolescente que precisa
esconder de todos que ficou grávida por ser algo proibido. Fiquei me
sentindo assim por 2 semanas, chorava muito ao lembrar da situação. Mas, quando
contei para todos da família e vi sua felicidade, senti tanto apoio,
tanto carinho que tudo mudou. Minha primeira vez ao médico foi primordial para
que pudesse mudar o pensamento, ver o coração do meu bebe batendo pela primeira
vez me fez mudar completamente, queria sair dali e ir gritar para o mundo que
seria mãe, comprar roupas de bebes e partilhar minha alegria com todos. Hoje
estou com 14 semanas, meu lindinho(a) tem apenas 9 cm e já não sei viver sem
ele ou ela. Minha vida já foi TRANSFORMADA!!!!
AS DIFICULDADES
Por Janaina Soares - 09/2014
Não é fácil viver os momentos de transformações da
vida, mas eles são necessários, e vão existir independente de nossa vontade.
Passamos por diversas fases, infância (onde descobrimos as limitações e
transformações do corpo), adolescência (onde tudo fica confuso e as mudanças
são mais bruscas), fase adulta (onde temos que amadurecer, casar, ter filhos),
velhice (quando se percorre o caminho dificil para o final da vida).
Porém, para continuar no contexto, falaremos das
transformações na vida da mulher durante a gestação. Passando a fase do susto
de ter um exame positivo a vida dá inicio a um processo muito complicado, as
mudanças do corpo feminino. No primeiro trimestre de gestação a mulher sofre um
bombardeio de hormônios em seu corpo para que a placenta seja formada e o feto
tenho como crescer, isso tudo causa os famosos enjoos. É sempre muito bonito
ver as explicações dos médicos para este assunto, mas, só quem passou ou esta
vivendo este momento sabe o quanto isto pode ser complicado. Imagino que
muitas mulheres sentem-se culpadas com os sentimentos despertos neste momento
da gestação, afinal, o mal estar é tão insuportável que se deseja nunca ter
tido a ideia de engravidar. Como psicóloga, e principalmente como mulher, tenho
uma tendência a sempre levar em consideração os sentimentos mais íntimos. Sei o
quanto é difícil para todos nós assumir que algo que deveria ser magico e
maravilhoso na verdade está sendo difícil e insuportável. Os enjoos deixam a
mulher com uma auto estima muito ruim, não dá vontade de fazer nada, as vezes
sair da cama já é um grande sacrifício. Claro que isso não é para todas as
mulheres, afinal somos seres únicos e cada pessoa tem sua forma de viver a
experiência, mas, imagino que muitas de nós sentimos isso e é comum, não
devemos nos sentir culpadas, nosso lindo bebe irá nos perdoar, afinal, não é
fácil mesmo.
Gostaria de colocar aqui muitas receitas para
aliviar os primeiros sintomas da gestação, na net tem muitas dicas que, na
maioria das vezes, não funcionam, é uma fase que dura aproximadamente 3 meses e
que não ha forma de alivio, ira ocorrer e como todas as fases da vida, deve ser
vivida e enfrentada.
É importante deixar claro que, por mais complicado
que sejam os sintomas da gestação, todos eles tem um motivo, seu corpo e sua
mente sao preparados para receber uma nova vida, você terá seu ventre pronto
para ajudar seu bebe a crescer e sua mente estará pronta para as dificuldades e
medos que irão surgir no futuro.
O mais importante é que, conforme seu bebe vai
crescendo seu amor vai também crescendo na mesma proporção, e depois de um tempo
tudo valerá a pena.
Psicologia Pré-Natal - Parte 2
Nossas primeiras marcas
A
incrível história do nascimento não tem início na vida intrauterina, muito
antes ocorrem vários fenômenos incríveis que faz do ser humano um ser
maravilhoso. Nossas vidas são marcadas pela formação das células reprodutoras
que dão origem a tudo, o espermatozoide e o óvulo. Tudo que é vivido pelo
indivíduo desde o início de sua existência biológica, ou seja, desde que foi
óvulo e espermatozoide, fica registrado por meio de uma memória celular, é tudo
é arquivado em sua memória como um banco de dados que fica inconsciente.
Estudos
demonstram que o óvulo é quem escolhe o espermatozoide que irá fecundar, ou
seja, será escolhido aquele em melhor condições de evolução. Para isto o óvulo
secreta uma substância química que atrai alguns e repele outros espermatozoides.
Antes deste processo os pequenos já passaram por uma dura jornada, nadam muito
até o local onde serão selecionados e ainda enfrentam as células do sistema
imunológico que estão lá para proteger o corpo feminino de prováveis estranhos
que possam invadí-lo. A partir de toda esta luta finalmente o espermatozoide é
absorvido pelo óvulo que é fecundado dando lugar ao que se chama concepto. Este
por sua vez também é identificado pelo corpo da mulher como um "corpo
estranho" pelo sistema imunológico, e é novamente atacado. Este ataque
transmite ao novo ser os primeiros registros do sentimento de rejeição, ao qual
todos carregamos e alguns de nós o carrega com muito sofrimento. Este mesmo
ataque também é responsável pela formação do sentimento de angustia, a "angustia
do aniquilamento", onde a vida é ameaçada de destruição.
De
acordo com as pesquisas, 70% dos óvulos são destruídos antes de alcançar o
útero. sendo assim, todos somos sobreviventes de uma luta muito difícil e
sangrenta, somos seres vivos e vitoriosos.
Quando
há a sobrevivência do concepto no útero surge então os primeiros registros do
sentimento de adoção, de aceitação e acolhimento. Nasce então os primeiros
passos para a vida, afinal, quando o embrião ainda tem o tamanho da cabeça de
um alfinete ele já tem uma cabeça e um corpinho, tronco e cauda; já apresenta
formação do cérebro, espinha e tubo digestivo; seu sistema nervoso já tem sua
formação iniciada, assim como os olhos. Já tem coração que bate e bombeia
sangue para o figado e a aorta e sua boca já abre. Ou seja, a vida está pronta,
e venceu todas as primeiras batalhas para conquistar o mundo. (WILHEIM, Joanna)
PSICOLOGIA PRÉ-NATAL - parte 1
O
início de tudo
Para
falar sobre desenvolvimento humano nada mais interessante do que falar sobre a
vida antes do nascimento. Para isso utilizarei o assunto Psicologia pré-natal,
que nos ajudará a entender que o ser humano já é incrível antes mesmo de seu
nascimento, já está em plena existência quando ainda se encontra no ventre de
sua mãe.
A
psicologia pré natal é o estudo do comportamento e do desenvolvimento, tando
evolutivo como psico-afetivo-emocional do indivíduo, no período anterior ao seu
nascimento.
Estudos mostram que o
desenvolvimento do recém nascido, ou seja, seus talentos, capacidades e
habilidades tem início muito tempo antes de nascer.
As investigações referente ao
desenvolvimento dos fetos apontam sinais reais de inteligência e sensibilidade
além da demonstração de traços da personalidade já bem definidos quando ainda
estão na barriga de sua mãe.
Os bebês no ventre apresentam
uma vida afetiva e emocional ligada à sua relação com a mãe, com quem ele tem
total comunicação emocional e fisiológica e é capaz de captar seus estados
emocionais e disposição afetiva com o bebê.
O útero materno, infelizmente
não é um local tão protegido e intransponível, afinal tudo o que ocorre com a
mulher durante a gestação é sentido e experimentado pelo bebê. A utilização de
drogas, álcool, cigarro ou a produção de substâncias neuro-hormonais da mãe
atravessam a placenta atingindo o feto de forma negativa.
Muito antes de nascer o feto já
percebe luz e som, tem a capacidade de engolir, ter paladar, escolher sua
posição de preferência, registrar sensações e mensagens sensoriais; o bebê na
barriga já dorme, sonha, boceja, se espreguiça, faz caretas, pisca. Ele já é um
ser existente e participante na vida, pode reconhecer a voz de sua mãe e
brincar com o cordão umbilical; chupa o dedo e tem reações quando se sente
incomodado.
Ainda dentro do útero materno
ele já tem a capacidade de aprendizado e uma vida emocional ativa, ou seja,
sente prazer, dor, tem emoções, tristeza, angústia ou bem estar, tudo através
de sua relação com a mãe, de quem recebe vibrações sobre seu estado emocional,
ai a importância de a mulher gestante viver este período da forma mais
tranquila e feliz possível. (WILHEM, Joanna)
Quando se tem acesso a todas
estas informações é possível concluir que a vida já é intensa e bela muito
antes de estarmos fazendo parte deste mundo. Muitas pessoas podem achar que um
feto na barriga é apenas um "feto", porém, neste mundo paralelo da
gestação existe muita vida, lá está o início de tudo o que somos e seremos, é a
partir do momento da concepção que uma pessoa começa sua jornada, é neste
momento que tem suas primeiras lições de vida, e a principal delas é a luta por
permanecer vivo e atuante neste mundo.
Janaina Soares
NOVOS RUMOS - PARTE 3
A dificuldade de olhar para si mesmo
Janaina soares 01/2015
Encerramos
o texto anterior falando da expressão artististica como oportunidade de olhar
para si, mas afinal, do que estamos falando quando utilizamos esta expressão
"Olhar para si"?
Creio que não conseguirei
responder exatamente isso, mas podemos falar sobre a dificuldade e
principalmente a confusão que o ser humano encontra quando o assunto é o tal do
"si mesmo". Pedir que alguém se descreva, ou fale a respeito de si
mesmo sempre causa um desconforto, como se as pessoas não conseguissem ver o
que realmente são, e provavelmente, muitos não conseguem mesmo. Será que somos
a imagem que vemos no espelho? nem sempre. Talvez seja o que um colega
descreve, mas isso não seria verdadeiro, os outros nos descreveriam como nos
vêem e nem sempre isso é o que realmente somos, e sim o que demonstramos ser,
então como saberei quem sou?
Creio que falta aos seres
humanos olhar para dentro, tentar ver a própria alma, e assim poderão ter uma
noção, talvez pequena de quem são. Para dar esse primeiro passo é preciso
coragem e principalmente, é necessário querer saber a verdade, afinal,
carregamos ao mesmo tempo deus e o diabo dentro de nós, e cabe a nós
escolhermos quem irá imperar, e nunca será apenas um deles, os dois sempre
farão parte de nós.
Mas por qual motivo estamos
falando disso? quero apenas mostrar uma alternativa interessante para dar
inicio a jornada do autoconhecimento, estou falando da arte e das expressões
criativas.
Uma maneira muito interessante
de contato conosco é quando conseguimos nos expressar, e a arte nos dá essa
oportunidade. Uma técnica que gosto muito é a pintura, principalmente quando se
usa tinta, seja aquarela, tinta a dedo ou qualquer outro tipo. Durante alguns
trabalhos com pintura reparei que o indivíduo fica em completo silêncio. Se
houver uma entrega e concentração ele é capaz de expressar no papel sua própria
alma, falar através das cores a respeito de seus sentimentos.
Durante uma sessão de
arteterapia com pintura surge no ambiente um silêncio absoluto, uma energia
fica no ar, as pessoas parecem falar com as cores, as vezes sem forma definida
ou sem sentido para quem olha de longe, mas ali existe uma comunicação incrível
consigo, um contato direto entre o ser humano e sua alma, misteriosa e cheia de
segredos. Ao colocar no papel o pincel sujo de tinta um indivíduo se torna
capaz de ir por caminhos desconhecidos e incríveis, mas isso após estar livre
de esteriótipos e imagens construidas. Não importa a estética de uma pintura
quando se busca o autoconhecimento, por esse motivo, o indivívuo deve estar com
a mente aberta para deixar-se levar por sua imaginação, não se prender a
detalhes ou o que é certo ou errado, quando se expressa verdadeiramente não
existe certo ou errado. O momento de se expressar deve ser livre de pensamentos
determinantes e julgamentos, e só assim poderá ser bem aproveitado, é como
expor em um papel o retrato da própria alma. É a maneira mais incrível de olhar
para si mesmo, afinal, não somos apenas o que vemos, somos o que sentimos,
pensamos e principalmente, nosso verdadeiro eu está dentro e não fora.
NOVOS RUMOS - PARTE 2
A
Arteterapia é um trabalho terapêutico que atua diretamente com os símbolos, onde, utiliza-se das imagens geradas em expressões artísticas para que o
cliente e o terapeuta consigam ter acesso ao seu universo imaginário. A
arteterapia com abordagem junguiana tem o objetivo de oferecer suportes
materiais para ajudar no processo de fluir da energia psíquica, fazendo-a ser
colocada de maneira simbólica nas criações expressivas, as quais ajudarão na
ativação e realização de contato entre consciente e inconsciente, desta forma o
cliente terá uma construção interna mais completa e aos poucos irá se
estruturando e colocando seus sentimentos nos lugares corretos e administrando
sua vida de forma mais saudável, lidando melhor com dificuldades naturais do
ser humano.
É possível chamar por Arteterapia os tratamentos
psicológicos onde se prioriza a utilização de expressões criativas como música,
dança, teatro, atividades plásticas, pintura, modelagem, desenho, mascaras,
gravuras entre outros, para ajudar no desenvolvimento pessoal e criativo do
indivíduo. Quando a arte é colocada no processo terapêutico torna-se
possível revelar a riqueza inconsciente das pessoas. Sua linguagem simbólica
faz da arte um valioso instrumento para acessar a alma humana. Todo ser
humano carrega em sua essência a capacidade de se comunicar através da arte,
ela da a chance de expressão. Quando a obra de arte está pronta ela é
imposta ao autor, adquirindo sua própria forma.
A Arteterapia ajuda o individuo em sua decifração
de mundo interno, isso porque ele irá se deparar com as imagens e a energia
psíquica que se configura através da arte. Quando o cliente consegue
compreender as formas simbólicas expressas por seu inconsciente ele toma
consciência destes conteúdos, ocorre um encontro do que é emoção e do que é
concreto, afinal, as fronteiras que os separa não são intransponíveis, elas
permeiam juntas no dia-a-dia, e as atividades artísticas e criativas podem ser
um canal de comunicação entre tais conteúdos.
A arteterapia, sob olhar da psicologia junguiana,
vê no ser humano uma tendência natural para a organização e trata o processo
terapêutico através da arte como uma forma de melhorar e ajudar o
desenvolvimento desta tendência, onde o fazer simbólico faz parte do processo
de autoconhecimento e transformação.
Quando se usa a arte de forma terapêutica cria-se
um facilitador para expressar as emoções, sendo assim, a arteterapia é uma
maneira de confrontar-se com imagens sombrias. O fazer artístico ajuda a
desenvolver a imaginação de forma livre ajudando o individuo a participar
concretamente do conteúdo imaginado, e as vezes, conteúdos que antes estavam
inconscientes por serem difíceis e doloridos de lidar tornam-se mais
familiares, a arte ajuda a diminuir a carga emocional deste conteúdo e facilita
a sua decodificação e reorganização interna, o individuo tem a oportunidade de
reconstruir a realidade. A expressão criativa ajuda o individuo a transformar
suas emoções em imagens, o que naturalmente facilita o processo de
desenvolvimento psíquico.
O fazer artístico ajuda na integração da
personalidade através das técnicas e práticas expressivas transformando em
concretos os conteúdos internos projetados e permitindo sua
identificação, devolve assim à personalidade sentimentos que antes não existiam,
da ao indivíduo a oportunidade de olhar para si mesmo.
Janaina Soares
NOVOS RUMOS - PARTE 1
O mais importante na vida é o próprio viver, ver as
cores do mundo através da alma, olhar o que há de melhor e mais belo em si e no
outro.
O fazer artístico transforma, revela, desvenda
mistérios da alma.
Arteterapia
É possível
transformar vidas através da arte, afinal expressar-se e usar a criatividade é
algo inato ao ser humano. Uma bela pintura ou o dançar e ouvir música pode
levar-nos a um outro lugar, mágico e surpreendente, belo e transformador.
A
arte tem o poder de deixar a vida mais leve, pode levar a um encontro com a
própria alma.
A Arteterapia tem esse objetivo, fazer com que, através da arte e
expressão criativa uma pessoa possa ir além, ter um encontro único e
inesperado, o encontro consigo.
Janaina Soares
Assinar:
Postagens (Atom)