segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A vida de Carl Rogers - A Psicologia Centrada na Pessoa

A vida de Carl Rogers
Carl Rogers nasceu em 8 de janeiro de 1902, Oak Park, Illionois. Foi criado sob restrita e inflexível atmosfera religiosa e ética, onde seus pais tinham constantes preocupações em relação ao bem-estar dos filhos e lhes ensinar a ter respeito e responsabilidades com o trabalho. Viveu privado de hábitos envolvendo bebidas alcoólicas, bailes, jogos de cartas ou teatro, e tinha uma vida social mínima e se dedicava muito ao trabalho. (Pervin, 1978, p. 243).
Tendo Rogers se submetido a uma vida tão regrada leva para sua vida profissional duas tendências que se refletem claramente em seu trabalho futuro, a preocupação com as questões éticas e morais e o profundo respeito por métodos científicos. (Pervin, 1978, p. 243).
Rogers iniciou sua formação na University of Wisconsin, na área agrícola, devido ao trabalho desenvolvido na fazenda da família. Depois de dois anos mudou radicalmente sua escolha profissional, ingressando no seminário. Durante uma viagem ao oriente, em 1922, teve a oportunidade de observar adesões a outras doutrinas religiosas e de observar o ódio mútuo existente entre franceses e alemães, que pareciam ser pessoas agradáveis, exceto quanto a este aspecto. Experiências como estas ajudaram-no a decidir-se a ingressar num seminário teológico de tendência liberal, o Union Theological Seminary, em nova York. Como se interessasse profundamente por questões relativas ao significado da vida para as pessoas, mas como também tivesse dúvidas a respeito de doutrinas religiosas especificas, Rogers decidiu deixar o seminário para trabalhar na área de orientação infantil e atuar como psicólogo clinico. (Pervin, 1978, p. 243).
Fez pós graduação no teachers college, da Columbia university, tendo recebido PhD, em 1931. Rogers caracteriza os trabalhos desenvolvidos no curso e sua experiência clinica como algo que o levou a um encharcamento nas concepções dinâmicas de Freud e nas posições rigorosas, cientificas, friamente objetivas e estatísticas que, naquela época, predominavam no teachers college.  Novamente, deparamos com a presença de impulsos para direções diferentes, com o desenvolvimento de duas tendências um tanto divergentes que Rogers posteriormente tentou conciliar. Realmente, os anos profissionais restantes representam uma tentativa de integração do religioso com o cientifico, do intuitivo com o objetivo e do clinico com o estatístico. Primeiramente como psicólogo da equipe de departamento de estudos da criança, da society for the previntion of cruelty to children, em rocherster, nova York, depois como professor de psicologia clinica na Ohio state university ( 1940 a 1945), a seguir como professor de psicologia e diretor do setor de aconselhamento na universite of Chicago (1945 a 1957) e, finalmente como professor de psicologia e psiquiatria na university of wisconsim (1957 a 1963) e no Western Behavioral Sciences institute, a carreira de Rogers tem representado um continuo esforço no sentido de aplicar os métodos objetivos da ciência ao que é essencialmente humano. (Pervin, 1978, p. 243).
Em 1968, Rogers e os membros de orientação mais humanística do Western Behavioral sciences institute desligaram-se desse instituto para formar o Center for the studies of the person. Esta mudança implicou numa série de mudanças de ênfase no trabalho de Rogers, do trabalho em ambiente acadêmico para o trabalho com um grupo de indivíduos que tem uma perspectiva comum, do trabalho com pessoas perturbadas para o com pessoas normais, de terapia individual para os trabalhos intensivos com grupos e da pesquisa empírica convencional para um estudo existencial do homem: “temos profundo interesse pelas pessoas, mas estamos meio desmotivados” pelos métodos mais antigos que consistem em estudálas como objeto de pesquisa.
Em sua obra, Rogers enumera quatorze princípios que aprendeu a partir de milhares de horas de terapia e de pesquisa. (Pervin, 1978, p. 243).
  1. Nas minhas relações com as pessoas descobri que não ajuda, a longo prazo, agir como se eu fosse aquilo que não sou.
  2. Descobri que sou mais eficaz quando posso me ouvir aceitando-me e quando posso ser eu mesmo.
  3. Atribuo um enorme valor ao fato de  poder permitir-me compreender uma outra pessoa.
  4. Verifiquei que me enriquece abrir canais através dos quais os outros possam me comunicar os seus sentimentos, seus mundos perceptuais privados.
  5. É sempre sumamente gratificante poder aceitar o outro.
  6. Quanto mais aberto estou às realidade em mim e nos outros, menos me vejo a tentar a todo custo remediar as coisas.
  7. Posso confiar na minha experiência.
  8. A avaliação feita pelos outros não me serve de guia...apenas uma pessoa pode saber se estou agindo com honestidade, aplicação, franqueza e vigor, ou se o que faço é falso, defensivo e fútil. E essa pessoa sou eu mesmo.
  9. A experiência é, para mim, a suprema autoridade...è sempre à experiência que eu me volto, para me aproximar cada vez mais da verdade, no processo de descobri-la em mim.
  10. Sinto-me satisfeito em descobrir uma ordem na experiência.
  11. Os fatos são amigos...essas penosas reorganizações são o que se chama aprender.
  12. Aquilo que é mais pessoa é o que há de mais geral... Aquilo que há de único e de mais pessoa em cada um de nós é provavelmente o sentimento que, se fosse partilhado ou expresso, falaria mais profundamente aos outros.
  13. A experiência mostrou-me que as pessoas têm uma orientação fundamentalmente positiva... Acabei por me convencer de que quanto mais um indivíduo é compreendido e aceito, maior tendência tem para abandonar as falsas defesas que empregou para enfrentar a vida e para progredir numa vida construtiva.
  14. A vida, no que tem de melhor, é um processo que flui, que se altera e onde nada é fixo.

Rogers, 1961, pág. 16-27

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