A solidão é uma questão comum nos
consultórios de psicoterapia e são trazidas de formas muito semelhantes, surgem
assuntos como: ciúmes, tentativa de exercer controle e prender o outro para si,
medo de traição ou abandono, dificuldades de lidar com as formas atuais de
relacionamentos sem comprometimento, de viver as relações amorosas, entre
outras queixas. Todos esses pontos têm como pano de fundo a solidão e a
tentativa de eliminá-la através do outro.
Estar só é estar irremediavelmente
apartado do outro, sendo essa condição tão inevitável quanto a morte, a
liberdade ou a ausência de significado da vida. (SÁ ET AL, 2006).
Ferraz (2006) compartilha afirmando
que “... solidão é o estado de quem está só...”, refere-se a ausência de
relações sociais; isolamento. A solidão está presente nas mais diversas
maneiras de expressão, sendo muito mais do que um sentimento, é algo que
está inscrito na história do homem.
Nos tempos atuais a solidão é
vivenciada de maneira bem complexa, uma solidão que esta além do poder, baseada
na idéia de que existe diferença entre estar só ou sentir-se só. Essa sensação
se expressa quando alguém se sente só mesmo rodeado de gente.
É possível ver a solidão também como
algo positivo, força necessária que possibilita a criação artística; ou uma
forma de autoconhecimento através da intimidade consigo, ou até como a razão de
sofrimento pelo seu caráter excludente, enfim, é indispensável vivenciá-la,
principalmente para que haja reconhecimento do outro, para que possamos saber
diferenciar e valorizar o estar consigo e estar com alguém de forma integra e
sincera.
É preciso perceber que estar só é tão
inevitável quanto necessário; se soubermos estar a sós conosco aprenderemos
também que a responsabilidade por estar bem ou mal só pertence a si, isso fará
com que nossas relações sejam mais saudáveis e isentas da responsabilidade de
nos fazer feliz, afinal, nenhuma relação garante a plena felicidade.
Psicóloga e Arteterapeuta
Janaina N. soares
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